sexta-feira, 4 de março de 2011

Conto enviado pelo leitor M.B. - Interior da Bahia

Meu nome é M. B., sou ex-seminarista e simpatizante do ocultismo (talvez por isso tão temido rsrsrs) e apaixonado pela ordem de vocês, vocês são magníficos!

Bem como ex-seminarista, mesmo tendo sido muito pé no chão, tive a oportunidade de ter muitas experiências malucas bem como ouvir estórias de pessoas q se diziam "Super Magos" daqui da minha terrinha, no interioooor da bahia...
Enfim, lá vai...

Em minha cidade havia uma jovem (vou chamá-la de Marta), que se auto proclamava uma grande e intelectual satanista. Estudava a finco os escritos de Lavey e Crowley, praticava os rituais prescritos na bíblia satanica e o "temido" São Cipriano (como muitos, se equivocando entre o moderno e o tradicional), vestia-se de preto sempre, mesmo sob a luz do baiano sol "caliente", haja vista que na bahia possuímos quatro estações: Verão, Calor, Quentura e Mormaço; aqui os "undergrounds", seres das trevas, "black metals", satanistas de orkut e afins não ligam para isso, sempre a andar com cara de mal, cigarro no canto da boca, camisas pretas, coturnos e frontes suando sob o sol "pelando" eles vão e vem, seja para perderem seu tempo a conversar abobrinha na praça da catedral ou comprar o pão ao final da tarde na padaria da esquina... 

Marta era uma dessas, no auge da experiencia de vida dos seus 15 anos de idade, ela era a revoltada de sua classe, sempre anti cristã, anti moral, anti bons costumes, anti disciplina, anti discrição, anti hipocrisia, anti pática, etc.. Realmente uma pessoa que incomodava, e claramente ela se deleitava em seu prazer ao ver que pessoas corriam ao sentir sua presença, sempre apontando entre cochichos medrosos: lá vai a Marta Lucifer, a "fia do cão", cruz credo. Marta não se incomodava nem um pouco e por incrível que pareça não era uma pessoa solitária, possuía fiéis seguidores que a defendiam e seguiam por onde fosse. Claro, com a sua beleza exótica (ela era realmente muito atraente), apesar da maquiagem pesada, sempre atraía olhares de desejo que atribuía aos poderosos rituais de magia sexual que executava em seu quarto rodeado de posteres das suas bandas "black tr00 satanic blasphemic death metal" prediletas. 

Sim, Marta era muito dark, sempre com uma resposta pronta a criticar e desafiar quem ou o que se impusesse no caminho e é aí que as coisas começaram a ficar um pouco complicadas para nossa querida amiga. Haviam rumores que Marta Lucifer estava a realizar rituais de satanismo tradicional e "macumba" em cemitérios e praças desabitadas a altas horas da madrugada (pelo que fiquei sabendo de fonte confiável é que boa parte desses "rituais" eram jogos de RPG mas enfim...), o que fizeram com que o nome de Marta corresse e ela se divertia muito com isso. O caso é que uma pessoa ficou sabendo dos atos "negros" de Marta e ficou interessado, o problema é que essa pessoa, mais precisamente esse rapaz (o chamarei João), era um autêntico Mago Negro, daqueles bem sigilosos que não estão pra brincadeira, e como não tinha nada melhor pra fazer resolveu ir bater um papo com a saudosa e satânica Marta Lucifer. Mago João se dirigiu até o local onde Marta estava reunida com suas seguidoras: a casinha da praça às uma da madrugada possuia uma atmosfera densa sob a neblina da madrugada era o lugar perfeito para Marta.... e para o João também, que ao chegar lhe chamou a atenção de longe, com apenas um olhar a fez desconcentrar-se do que estava fazendo e olhar para ele, seus olhos cintilavam o vermelho da excitação, enfim havia encontrado alguém interessante para se divertir.

Marta ao vê-lo se dirigiu a ele rapidamente como que atraída por forte impulso, ao se aproximar perguntou:

- E quem é você mesmo?

- Sou o conde João e ouvi muito falar de você mocinha...

- Ah sim, prazer... conde João! - replicou Marta em tom de ironia - E ouviu falar bem???

- Desde quando se ouve falar bem de pessoas como você?? - Disse João cortêsmente.

- Hey cara, é melhor não me desafiar, ou vai ver o que lhe acontece!!! - responde Marta que se revela de pavil muito curto.

Mago João a olha nos olhos e pergunta:

- Eu não estou te desafiando, mas se estivesse o que aconteceria???

- Ora, eu acabo com a tua raça sem piedade....

- Você sabe com quem está falando? - indaga João já decepcionado com a arrogancia da garota.

- Estou falando com alguem que vai se ferrar se entrar no meu caminho, pois eu sirvo a Satã, o meu mestre!

Mago João nada responde, simplesmente vira as costas e anda na direção de onde veio, sendo observado pelo o olhar sarcástico de Marta Lucifer que o vê como mais um inimigo vencido, como no RPG que estava a jogar... porém a alguns passos ele parou, olhou para baixo e balbuciou palavras que Marta ouviu por alto, em meio ao silencio da madrugada, pareciam palavras desconexas como "Gira", "Pomba", "Padilha" e "Exu".... No mesmo instante as fiéis seguidoras de Marta a viram dar uma gargalhada, rasgar a parte de cima da camisa, girar três vezes e cair desacordada por cerca de mais de 15 minutos, enquanto João desaparecia na escuridão.

Bem, ficção ou não o que sei é que a temida Marta passou seus ultimos dias antes de mudar de cidade frequentando o grupo de oração de camisa rosa, tercinho na mão e sorriso no rosto... Sorriso que sempre desaparecia diante de qualquer menção ao seu passado satânico....

Moral: Não se brinca com o desconhecido!

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