quarta-feira, 23 de março de 2011

Entrevista com o Padre Xmas

E.I.E.: Boa tarde Padre, em primeiro lugar queremos agradecer pela oportunidade  desta entrevista.  Apesar da espiritualidade  ser um tema bastante comum nos nossos dias, não são todos os padres que estão dispostos a falar sobre o assunto. O senhor poderia nos dizer quando foi  que o dom da vidência se manifestou no senhor?
Pe. Xmas: Claro, foi na minha infância. A princípio meus pais não se preocupavam, pois todas as crianças possuem seus amigos invisíveis. Mas à medida que eu fui crescendo e dizendo coisas que finalmente eram reais para os adultos a situação começou a se complicar. Eu nasci no seio de uma família Cristã praticante e crentes tementes à Deus, eles não acreditavam que estes espíritos com os quais eu me comunicava eram espíritos de pessoas falecidas e sim que tratava-se de Satanás disfarçado induzindo-me ao mal com o intuito de destruir a minha família.
E.I.E.: Deve ter sido uma situação difícil para o Sr. como foi que o senhor lidou com isso durante a sua infância e adolescência?
Pe. Xmas: Na verdade foi muito sofrido para mim, pois eu acreditava no que a minha família dizia e no Padre que nos assistia, pois, quando estes fenômenos aconteciam comigo, toda minha família se unia em oração para afastar o mau que me atormentava. Porém, as preces pareciam inúteis então pedimos ajuda ao padre da pequena cidade onde morávamos.
E.I.E.: Então, este foi um dos motivos que levou o senhor a se tornar padre? Foi uma tentativa de se livrar destes espíritos que o senhor julgava tratar-se  de Satanás?
Pe. Xmas: Confesso que este foi o principal motivo. Mas, eu acho que esta é a minha verdadeira vocação. Pode soar estranho, mas eu acho que eu não saberia ser ou fazer outra coisa. Eu não nasci para ser professor, nem artista, nem cientista, acho que eu não daria nem um bom marido. [risos]. Na verdade, dentro da igreja eu me sinto em paz, o meu contato com Deus preenche completamente todo o meu ser.
E.I.E: Se me permite Pe. Eu gostaria de fazer uma pergunta um pouco pessoal, sem querer ofendê-lo e nem desrespeitar a sua religião. Entendo que o senhor não perdeu o seu dom mediúnico da vidência mesmo depois de se tornar padre. Isto não causou de certa forma um conflito psicológico no senhor? Como o senhor aprendeu a lidar com isso e aceitou que tais aparições não tratavam de peripécias satânicas e realmente de espíritos de pessoas desencarnadas. E, como o senhor pôde manter a fé depois de constatar que nem tudo o que a igreja prega é correto?
Pe. Xmas: Aceitação. Quando existe amor dentro de nós a gente aceita as coisas tais como elas são e não fica em busca de perfeição ou verdade absoluta. Simplesmente confio e oro!  Jesus aceitou ser crucificado e passou por muitas provações mesmo sendo o filho de Deus. Eu também tive minhas provações, mas a minha fé não se abalou. Eu percebi que tais espíritos não se tratavam de espíritos maus quando comecei a ver almas rezando dentro da igreja. Algumas pessoas conhecidas, muitas delas assistem à missa inteira. Eu fico muito feliz com isso, pois a minha igreja está sempre lotada! Eu me sinto honrado de poder levar a palavra do senhor à todos aqueles que precisam ouvi-la até mesmo aqueles que já não estão entre nós. É reconfortante saber que as almas humanas têm uma nova chance e podem ser abençoadas ainda que já não possuam um corpo. Isto é a maior prova da benevolência e compaixão de Deus. Entendo que desta forma, cedo ou tarde todos os pecados serão perdoados, todas as almas benditas um dia estarão diante do Cristo na presença do Senhor. Depende somente de cada um de nós se arrepender de nossos pecados e purificar o nosso espírito.
E.I.E.: Pe. E quanto a reencarnação, o senhor acredita nela?
Pe. Xmas: Filha, você está pedindo demais para um velho padre. Eu não acredito nisso, no meu ponto de vista, se as almas tivessem esta oportunidade talvez não estariam assistindo a missa, ou se confessando como já aconteceu comigo. Seria mais fácil começar tudo de novo e até mesmo pecar novamente pois sempre haveria uma segunda chance.
E.I.E.: O senhor disse que há espíritos que se confessam com o senhor? Poderia nos contar uma de suas experiências?
Pe. Xmas: Claro! Uma que me  surpreendeu muito, foi de uma senhora que vinha todas às quintas-feira na confissão. Ela sempre dizia as mesmas coisas e confessava os mesmos pecados, que eu não posso revelar porque é segredo de confissão. Acho que um espírito merece o mesmo respeito. Eu não sabia que ela já não estava entre nós. Então depois de dois anos aproximadamente eu lhe disse: “- Senhora os seus pecados já foram perdoados, porque insiste em confessá-los novamente todas as semanas,  já fizeste as penitências. O Senhor já a perdoou, tenha paz em seu coração”. Então ela desapareceu num piscar de olhos. Achei muito estranho, saí do confessionário e não vi ninguém dentro da igreja. Depois deste dia ela nunca mais voltou. Acho que ela precisava ouvir que estava perdoada.
E.I.E.: Eu também acho, que bom, acho que ela ficou em paz depois disso.
E.I.E: Pe. Só mais uma pergunta, por favor. Porque o senhor entrou em contato conosco e concordou em nos contar estas coisas?
Pe. Xmas: [longo suspiro] Pe. também é gente! Confesso que eu pensei muito antes de ligar. Eu vi o blog e fiquei muito propenso a fazer isso. Eu precisava falar. Convivo com isso todos os dias, mas não posso falar disso para ninguém. Eu nunca falei sobre  isso antes. Pra mim está sendo um desabafo de tudo o que eu passei a vida inteira, desde a infância conturbada até hoje os fenômenos estranhos que acontecem e eu fico quieto sem ao menos poder perguntar à alguém do meu lado se viu ou ouviu algo.
E.I.E.: Pe. Para nós é uma honra ouvir todas as suas histórias. E, também queremos  deixar o nosso blog à sua disposição para escrevê-las se esta for a sua vontade. Ficaremos lisonjeados!
Pe. Xmas: Isto não é um bom exemplo para um padre, mas se for de forma anônima terei prazer em participar.

Um comentário:

  1. C-A-R-A-C-A

    eu como ja fui seminarista e muito católico... estou abismado... carambaaa, muito MASSA

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